- Intervenção numa via de circulação rodoviária de grande fluxo, nomeadamente no período estival. Tal realidade condiciona a vegetação a propor;
- Necessidade de se avaliar de forma sistematizada a vegetação arbórea existente;
- Utilização de vegetação de porte sub-arbóreo como forma de dissuasão dos atravessamentos pedonais fora das passadeiras existentes;
- Necessidade de se racionalizar o consumo de água em espaços verdes;
- Necessidade de se idealizar um conjunto de espaços verdes de reduzida manutenção e que garantam uma valorização cénica e cromática.
O trecho da Avenida Francisco Sá Carneiro alvo de proposta de arquitetura paisagista resultou de uma obra pública de grande significância para a localidade de Quarteira e que marcou de forma indelével o seu desenvolvimento urbano. No seguimento de tal obra, e como forma de reforçar a sua importância, os espaços verdes associados a esta via rodoviária visaram criar uma imagem moderna e singular no contexto regional. A utilização exclusiva de relvados ornamentais (com uma capacidade de utilização diminuta ou mesmo nula) é um sinal evidente de um modelo que hoje se pode afirmar como ultrapassado.
Identificadas as áreas densificar com novas plantações de árvores, estabeleceram-se duas tipologias de espécies a utilizar: separador central, no qual se deu primazia a árvores de grande porte e que não interfiram com o tráfego automóvel e árvores com um cariz marcadamente ornamental nos separadores laterais às faixas de rodagem.
Já no que concerne ao extrato sub-arbóreo (arbustos e herbáceas ornamentais), a sua utilização cingiu-se ao separador central e o seu objetivo primordial foi o de criar uma barreira física à transposição pedonal da Avenida Sá Carneiro. Foi dada primazia a gramíneas ornamentais, grupo de plantas de reduzida manutenção, baixo consumo de água e muito resistentes a pragas e doenças.
Tal como já referido, atualmente todos os separadores alvo de intervenção são revestidos por relva. Apesar do sistema de rega instalado minimizar o consumo de água (rega gota a gota enterrada), não deixa de constituir um dispêndio de um recurso finito que há que corrigir. Dessa forma, foi opção da presente proposta utilizar um conjunto de cinco materiais inertes distintos com vista a cobertura do solo. Tais inertes, para além de garantirem uma diversidade cromática relevante, permitem ainda a conservação da humidade no solo, reduzindo substancialmente as percas por evaporação direta da água e permitindo uma redução dos tempos de rega necessários à subsistência das plantas.
Os materiais inertes supramencionados estão colocados sobre uma tela anti-infestantes do tipo a qual assegura uma drástica diminuição de infestantes indesejados em áreas plantadas sem comprometer a sua permeabilidade. Para evitar que os inertes se misturem entre si, propõem-se que a sua divisão seja efetuada através de um perfil de 3mm de aço corten.